A memória dos cães virou objeto de um estudo publicado na revista científica Biology Letters, na última quarta-feira (4). Segundo a pesquisa, ela pode ser melhor do que as pessoas pensam, com os pequenos conseguindo lembrar os nomes de seus brinquedos , mesmo após ficar anos sem os vê-los.
Cinco cães foram analisados — são eles Max, Rico, Squall, Whisky e Gaia. Na pesquisa, é dito que "esses cães oferecem uma oportunidade única para estudar a retenção de rótulos em uma espécie não linguística”.
Para isso, os pequenos foram apresentados em dezembro de 2020 ao nome de 12 brinquedos por seus tutores. Uma semana depois, esses brinquedos foram retirados do convívio.
"Os tutores foram solicitados a guardar os brinquedos fora do alcance dos cães por dois anos”, explicaram os pesquisadores. Em fevereiro de 2023, os tutores então reintroduziram os brinquedos aos seus animais de estimação.
No campo da metodologia, os pesquisadores expuseram: "Para garantir que durante o teste os cães não ficassem superexcitados devido à presença dos brinquedos reintroduzidos, um dia antes do teste os tutores foram instruídos a deixar os brinquedos no chão e permitir que os cães os inspecionassem por [1 hora]”. Nesse momento, os tutores também foram instruídos a não se envolverem com os cães durante essa uma hora.
Então os pequenos tiveram acesso aos seus brinquedos antigos por 30 minutos antes dos pesquisadores começassem os testes de retenção.
O teste
A pesquisa começou com os tutores colocando seis dos brinquedos antigos em outra sala com outros seis brinquedos de teste desconhecidos. Nesse momento, os tutores pediram que os cães recuperassem os brinquedos antigos, usando os nomes que apresentados em 2020.
Segundo o estudo, os cinco cães acertaram 44% das vezes ao tentar recuperar o brinquedo certo. Isso foi maior do que o nível de chance médio de 20,4%.
Na conclusão, eles sugerem que novos testes sejam realizados em mais cães, e com um tempo maior para conseguir compreender as taxas gerais de retenção.
“Pouco se sabe sobre as capacidades de memória de longo prazo do cão doméstico”, concluíram os pesquisadores. “Nossas descobertas expandem nosso conhecimento sobre esse tópico ao mostrar que alguns cães individuais podem manter mapeamentos de rótulos de objetos anos após terem sido expostos a eles pela primeira vez.”
“No entanto, do fato de que essa capacidade está dentro das habilidades cognitivas da espécie, não podemos inferir que seja uma característica comum”, afirmam. “Como a maioria dos cães de família não mostra evidências comportamentais de rótulos de objetos de aprendizagem, as descobertas apresentadas aqui não podem ser generalizadas para outras populações de cães ou outros domínios cognitivos", finalizam os pesquisadores.