Desde segunda-feira (29), o estado do Rio Grande do Sul enfrenta uma situação de emergência devido a vários registros de inundações provocadas por chuvas torrenciais. Além da destruição, os danos causados incluem risco à vida de diversos animais. Na terça-feira (7), o governo gaúcho informou que 5.432 animais foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Polícia Civil.
A conta oficial divulgada pelo governo não compreende o trabalho voluntariado das ONGs, que estão sendo responsáveis por uma grande mobilização em prol da vida dos animais.
ONGs na linha de frente
A organização não-governamental Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD), que está atuando nas regiões de Esteio e São Sebastião do Caí, região metropolitana de Porto Alegre, já contabiliza 214 animais resgatados.
Nas redes sociais, a coordenadora do projeto, Carla Sássi, descreveu as cenas lamentáveis. "É muito animal, gente, na pontinha do telhado, é muito animal preso na janela, é muito animal que está nadando incansavelmente", relatou.
No domingo (5), a primeira-dama Janja da Silva se reuniu com a fundadora da ONG 101 Viralatas, Aline Vieira, na sede da Secretária de Bem-Estar Animal de Canoas para discutir as necessidades para o resgate e atendimento aos bichos.
O encontro resultou na adoção da cadela Esperança, socorrida em meio às enchentes. "Ela foi resgatada em Canoas, em meio à tragédia que aflige o Rio Grande do Sul. São milhares de pessoas e animais que sofrem a consequência da crise climática", lamentou a mulher do presidente Lula (PT).
No abrigo 101 Viralatas, onde Esperança foi salva, ainda há 400 animais que precisam de alimentos, remédios e outras doações. Nesta terça-feira, a coordenadora do projeto surgiu em prantos no Instagram relatando a falta de água para os voluntários da ONG e animais.
"Terminou a água e eu estou com um pouco de medo, se alguém puder mandar água para gente. Agora há pouco, uma voluntária precisava de água, porque se não ela iria passar mal. A gente está tentando aqui fazer as casinhas para receber o maior número possível de animais. Eu estou com medo de não conseguir, porque eu tento [pensar] mais estratégias, aí não dá certo, mas eu sei que se a gente tiver ajuda, a gente vai conseguir", suplicou.
No município de Campo Bom, localizado no Vale do Rio dos Sinos, a ONG Campo Bom Para Cachorro vem atuando no resgate e acolhimento dos animais desde a catástrofe climática que atingiu a região. O projeto informa que já resgatou mais de 80 animais.
Nos Stories do Instagram, voluntários compartilham o drama do socorro aos bichos. O perfil da ONG publicou um áudio informando sobre resgates na região de São Leopoldo.
"Está um caos aqui, a gente está sem barco para tirar os bichos, tem muitos bichos se afogando. Estamos subindo a janela do prédio. Peço para todas as pessoas que nos ajudaram em Campo Bom e que precisam saber aonde precisa de resgate, a gente está aqui em São Leopoldo, tem que vir pela Lomba Grande. A gente precisa de barco com motor para entrar, tem muito bicho dentro das casas. [...] Os barcos que tem aqui não querem pegar os animais, eles querem pegar só as pessoas e está tudo bem. Se eles não querem, ok, mas a gente precisa de ajuda de quem quer", diz o áudio desesperado de uma voluntária.
A catástrofe climática deixou diversos municípios em situação crítica de alagamento. Além dos animais, nesta terça-feira (7), o boletim da Defesa Civil registou o total de 90 mortes, 362 feridos e 131 desaparecidos.
Veja como ajudar as ONGs:
Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD)
Doação via transferência/PIX (Acesse)
ONG 101 Viralatas
Doação via PIX
CNPJ: 11307796000146
ONG Campo Bom pra Cachorro
Doação via PIX
CNPJ: 24494672000169
Doação presencial
- Ração de cachorro, gato e cavalo (são sempre bem vindos);
- Gases;
- Remédio contra pulga para cão e gato;
- Vermífugo;
- Medicamentos;
Endereço: Ginásio Municipal de Campo Bom. Av. Adriano Dias, 720 - Campo Bom