O Dia das Mães reúne centenas de publicações nas redes sociais e o uso do termo "mãe de pet" vem ganhando mais destaque com o passar do tempo. Apesar do momento de celebração, os internautas também iniciam discussões sobre a polêmica entre animais e pessoas.
Mesmo com a intenção fofa por trás das declarações, a 'humanização' dos bichos precisa ser refletida para manter um ponto saudável com eles. O Canal do Pet conversou com especialista e tutora para entender as relações maternais.
"São vários os fatores que explicam o afeto materno de mães de pet, até porque tem uma interação muito rica, muito importante entre os humanos e os animais", explica a psicóloga Karen Scavacini. "A gente pode pensar tanto nas questões comportamentais que se assemelham a um cuidador materno, de cuidar, alimentar e proteger. Isso reforça o aumento dos laços emocionais que a pessoa tem com animal", completa.
Além dos laços emocionais, existem as questões biológicas. "Tem todos os hormônios que são envolvidos na maternidade que a gente não pode aplicar de uma maneira super direta, mas essa relação ativa respostas emocionais parecidas. Essas interações podem aumentar, por exemplo, os níveis de oxitocina nos seres humanos, que é o mesmo hormônio que se liga ao vínculo da mãe e do filho. Isso mostra essa base de biologia", afirma a profissional.
De acordo com a médica Cristhiane Labes, de 37 anos, ela é mãe de Gus, cachorro de 2 anos, e Samuel, bebê de 9 meses. Antes da chegada do herdeiro humano, o bichinho já era seu filho.
"Aqui em casa o Gus chegou primeiro e sempre foi tratado como filho, meu filho de outra barriga, sempre pensamos na rotina dele pra planejar viagem, passeios, quase nunca fica sozinho", afirma ela.
A médica ainda compara os comportamentos dos dois com ela. "É perguntar 'cadê a mamãe?' que ele [Gus] me acha em qualquer lugar. Sempre quer ficar perto, vem dar beijo, dorme junto, todas demonstrações de amor. Samuel chegou tem quase 10 meses, um amor gigantesco, demonstra amor com gritos, abraços, beijos, vem correndo quando eu volto do trabalho pra me ver".
E completa: "É como dizem os antigos, que coração de mãe sempre cabe mais um. Amo os dois com a mesma intensidade e ver os dois brincando juntos, aí que a mãe morre de amores".
Apesar disso, Cristhiane entende a diferença, principalmente na cobrança da maternidade. "Não me sinto cobrada por ser de pet, mas sim de pessoa. Principalmente quando estou trabalhando e sempre perguntam com quem ficou a criança, como se fosse obrigação só da mãe cuidar", pontua.
Os cuidados com a "humanização" do pet
A psicóloga Karen Scavacini pontua que essa posição dos animais nas famílias brasileiras precisa ser vista com muito cuidado.
"Alguns limites precisam ser respeitados ou observados para que seja saudável. Ser humanizado demais, negligenciar necessidades biológicas e comportamentais do pet, por exemplo, colocar roupas muito pesadas, alimentar com comidas humanas que não podem, aumentar a ansiedade com atividades intensas. O animal vai reagir como um animal nesses ambientes", comenta.
No fim casos, os animais ainda são animais. "Se ele não tiver limite, ele começa a ter problemas de comportamento por ter uma humanização excessiva".
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