As joias afetivas podem ser feitos de diversos materiais
Reprodução/Instagram (@memoriasde4patas) - 09.11.2022
As joias afetivas podem ser feitos de diversos materiais

A veterinária Lupe Polizel abandonou a clínica tradicional para iniciar um empreendimento pioneiro no Brasil que traduzisse a paixão que tem pelos animais, mas de outra maneira: por meio das joias afetivas para pets. Ela começou a fazer joias para ter mais liberdade e poder ficar mais tempo com a filha.

Para os tutores apaixonados pelo seu animal de estimação, a joia afetiva se torna um objeto de ligação entre o pet e seu dono, estando eles vivos ou já mortos. Eternizar a relação entre um e outro é o que dá significado para as joias afetivas.

Em sua trajetória, ela conta que a medicina veterinária lhe trouxe um conhecimento profundo sobre o luto que os donos dos pets passam. Com isso, ela visou fazer deste momento algo que não fosse tão doloroso, mas virasse uma oportunidade de valorizar toda essa relação de amor incondicional que acontece entre o ser humano e o pet.

Lupe Polizel está à frente da loja Memórias de 4 Patas e o curso Pet na Resina
Reprodução/Instagram (@memoriasde4patas) - 09.11.2022
Lupe Polizel está à frente da loja Memórias de 4 Patas e o curso Pet na Resina

“Eu fui pioneira aqui no Brasil. Antes de se tornar uma febre, eu me especializei em joias de material pet, feitas especialmente para 'mães de pets'. Ainda hoje tem quem não conheça esse mercado, mas, ainda assim, já tem bastante gente confeccionando colares, pingentes, enfeites, orgonites, tudo para transformar uma lembrança de seu pet em algo duradouro”.

Como as joias podem ser feitas?

As joias afetivas podem ser feitas com tudo o que se pode imaginar. As mais tradicionais são elaboradas com os pelos dos pets , por ser mais fácil de cortar, encontrar ou retirar dos pets. Mas as possibilidades são diversas.

“Fazemos joias (e outras peças também) com cinzas de cremação, dentinhos de leite, pedacinho da roupinha do pet ou do brinquedo dele, unhas, fotos, lacinhos usados por eles, pedaço de coleiras (ou elas inteiras também no caso de peças grandes), pele de cobra, pelo de chinchila, porquinho-da-índia, penas de pássaros, crina de cavalo, carcaça de insetos (aquela troca de carcaça, pois alguns insetos trocam e eles são cuidados como pets de algumas pessoas)”, explica a empreendedora.

Joias afetivas de cães e gatos são as mais produzidas
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Joias afetivas de cães e gatos são as mais produzidas

Além disso, há casos em que mesmo que não se tenha nenhuma recordação material do pet, os tutores acham uma alternativa, como no caso de quando têm um jardim onde o animal ficava sempre. “Eles me enviam flores desse jardim e podemos fazer algo que remeta à essa lembrança”, adiciona.

Os humanos também podem ter?

A veterinária que largou tudo para montar a loja Memórias de 4 Patas e o curso Pet na Resina , que deu origem à Universidade da Joias Afetivas, empoderando mulheres para começarem a fazer joias afetivas e venderem assim como ela, ressalta também que é possível confeccionar joias de todos os materiais afetivos, não só de pets.

“Podem ser feitas com cabelinhos de criança, primeira mecha, dentinho de leite, fragmentos pequeninos de coto umbilical, leite materno, cinzas de cremação humanas, cabelos da família, de avós, cabelos encontrados em roupas de um ente querido que não está mais aqui. Também elaboramos com recados escritos a mão por alguém, cartas, tickets de viagens, com flores do buquê de noiva, pedaços de roupas ou até de vestidos de casamento. Tudo que tem algum valor sentimental para alguém ou todos os momentos que desejam ser lembrados 'fora da gaveta' podemos transformar em joias ou peças afetivas”.

Além das joias convencionais, as mais vendidas, há ainda joias com moldura, podendo ser em prata ou ouro, berloques, tanto formato de "bolinha" quando os pendentes, brincos, anéis e chaveiros.

Além dos adornos, também são produzidas peças com caráter decorativo, mas ainda trazendo o teor afetivo nelas. Podem ser placas afetivas de maternidade, de casamento, quadros (em alguns casos é utilizado cinzas de cremação no lugar da areia e ondas do mar), pirâmides (com ou sem pedras preciosas), blocos pequenos, redondos ou quadrados (que chamamos de granadas), marca-páginas, entre outros.

Cães e gatos lideram na produção de joias afetivas

Em sua “clientela”, os tutores de cães e gatos são a grande maioria em procura para a realização da joia. “Depois vêm os pets um pouco diferentes: porquinho-da-índia, chinchila, furão, porco (aqueles minis e os grandões também), todos os pássaros (calopsitas principalmente, mas araras e periquitos também) e cavalos”, pontua.

Além deles, há os animais mais exóticos, como cobra e exoesqueletos de alguns artrópodes, por exemplo, escorpião e algumas aranhas, criados como pets também por alguns tutores.

Quanto tempo demora para uma joia ficar pronta?

A joia é elaborada em camadas e cada uma tem um tempo de descanso para a colocação de uma próxima camada. Então, normalmente, o tempo necessário para fazer uma joia é de quatro horas. “Mas, algumas demoram um dia, outras três dias, mas sempre depende do tipo de joia, o material a ser colocado dentro dela e o tempo da artesã em dedicar-se a fazer essa joia. Após concretizada, aguardamos um tempo para a secagem completa e depois efetuamos o acabamento. Esse processo todo demora uma semana aproximadamente, mas a grande maioria do tempo não é "fazendo/produzindo" a peça, é aguardando o tempo dela, de secagem mesmo”, detalha Polizel.

Os pets podem ter a própria versão? 

Para os pets "usarem" uma joia afetiva, Polizel explica que também não é totalmente impossível, mas a alternativa que defende é a utilização de plaquinhas de identificação.

"Mas como são ‘commodities’, eu prefiro ir para outro lado: dos orgonites (peças criadas com pedras preciosas, metais e cristal de quartzo)", explica.

Para quem acredita neste caráter místico e benéfico das pedras preciosas, elas podem ajudar em recuperação de saúde, bem-estar, energia, ajuste dos chacras dos animais e trazer benefícios também para os humanos.

“Pequenas medalhas [energizadas] podem ser fixadas nas coleiras ou mesmo serem criadas peças para colocar dentro da casinha, caminha ou cômodo onde o pet mais fica. Não tem caráter afetivo, mas são lindas e fazem muito sucesso também”, finaliza. 

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** Julio Cesar Ferreira é estudante de Jornalismo na PUC-SP. Venceu o 13.º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão com a pauta “Brasil sob a fumaça da desinformação”. Em seus interesses estão Diretos Humanos, Cultura, Moda, Política, Cultura Pop e Entretenimento. Enquanto estagiário no iG, já passou pelas editorias de Último Segundo/Saúde, Delas/Receitas, e atualmente está em Queer/Pet/Turismo.

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