Cães e gatos podem viver juntos de forma saudável
André Almeida Adestrador Comportamental
Cães e gatos podem viver juntos de forma saudável

Ter um animalzinho de estimação em casa é uma das melhores sensações que se pode ter na vida. Contudo, para quem tem um pet em casa e sente  vontade de adotar um de outra espécie, talvez uma das grandes preocupações seja: será que eles vão se dar bem? Essa dúvida ocorre principalmente quando de trata de colocar cães e gatos para dividir o mesmo espaço.

Para responder essa pergunta, o Canal do Pet conversou com o professor de medicina-veterinária Tarso Felipe Teixeira e os adestradores comportamentais André Almeida e Wagner Brandão. Eles explicam a seguir como preparar o ambiente para a chegada do novo bichinho e quais erros não se deve cometer quando for apresentar o pet ao novo amigo.

Adaptados ao ambiente e entre si, cães e gatos podem se tornar os melhores amigos
Pixabay
Adaptados ao ambiente e entre si, cães e gatos podem se tornar os melhores amigos

Pense antes de adotar

Adotar um novo bichinho exige o dobro da responsabilidade, por isso deve ser algo bem planejado. Seja um cão ou um gato, a adaptação para o animal mais velho pode levar algum tempo. As duas espécies são territorialistas, ou seja, precisam ter seus espaços respeitados.

É preciso entender como o animal está encarando a chegada do novo bichinho e, com isso, buscar alternativas na adaptação: “Um ponto importante é que este senso territorialista e uma eventual barreira criada pelo animal não devem ser encarados como ponto definitivo na decisão de adotar ou não um novo pet", diz o professor Tarso Felipe Teixeira.

Tarso também explica que os gatos, com seus costumes de passar entre as pernas dos tutores e deitar pelos cantos da casa espalham feromônios, deixando seu cheiro. Com o espaço antes dominado pelo cão, agora sendo dividido com um gato, pode ser que o cão rejeite o novo morador nos primeiros dias ou se sinta ameaçado. Por isso é importante que os tutores apresentem os animais e não deixem que fiquem sozinhos, para evitar possíveis brigas.

“Uma boa dica é deixar objetos de uso do cão como brinquedos e cobertas que ele use espalhados pela casa para que também o gato entenda que o espaço será dividido. Ao longo dos dias, os tutores devem continuar acompanhando os pets, observando seus comportamentos e buscando mantê-los próximos, sem que um invada o espaço do outro”.

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Como manter uma boa convivência entre cães e gatos
Pixabay
Como manter uma boa convivência entre cães e gatos

Não seja ansioso 

É de consenso entre os especialistas que os animais devem ter seus espaços respeitados, o que é do cão na área do cão e o que é do gato, na área do gato. Não se deve forçar a aproximação. Cada animal leva o seu tempo e ambos devem saber que a presença do novo morador não irá interferir em sua rotina e que, ao contrário, será benéfica para ele. Por isso, é sempre importante recompensá-los quando fizerem algo bom nos primeiros dias, seja com afagos ou petiscos.

A água e a comida dos cães devem ser servidas no chão enquanto as dos gatos podem ser colocadas em lugares altos como prateleiras. Para nenhum dos dois é indicado deixar comida à vontade: é importante estabelecer um horário para que eles façam as suas refeições. "Vale lembrar que gatos são exímios caçadores, sendo mais fácil fazer um enriquecimento alimentar no ambiente e deixando eles caçarem a comida, através de brinquedos feitos em casa mesmo", explica o adestrador Wagner Brandão.

O adestrador André Almeida também ressalta que é importante criar uma aproximação gradual entre os dois, levando aos poucos o que é do cão para o lado do gato e vice-versa, para que se acostumem com o cheiro.

É importante também que eles tenham contato visual, pois eles vão aprender a identificar o comportamento um do outro baseado no que olham. As expressões corporais entre as espécies são inversas, o que pode levar a um conflito devido a confusão.


Wagner Brandão lembra que a socialização não é um trabalho tão rápido e que os tutores precisam de calma e paciência, avançando um pouco, dia após dia. Dependendo do caso, o ideal é ter orientações de um profissional que entenda tanto do comportamento canino quanto felino.

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