O Pancinha Feliz foi criado por uma moradora de Mauá, para acolher animais de rua
Reprodução/Facebook
O Pancinha Feliz foi criado por uma moradora de Mauá, para acolher animais de rua

Liliane Lima, mora em uma região de chácaras na cidade de Mauá, na Região do Grande ABC, em São Paulo, onde pessoas da cidade costumam abandonar animais. Por este motivo, ela passou a alimentar os cachorros na calçada de sua casa e os bichos aproveitavam para descansar dentro da serralheria. Aos poucos, a acolhedora notava o sucesso que seu ato fazia com os bichinhos e passou a colocar potinhos com água e ração para os animais, que foram se multiplicando, até que os potes passaram a ser insuficientes e decidiu comprar comedouros para os animais na calçada e os animais passaram a dormir no local.


Foi aí que, em 2017, ela criou o Pancinha Feliz, um restaurante e hotel para cães e gatos em condição de rua. Apesar de não se considerar uma protetora, Lili, como é conhecida, ajuda vários animais abandonados todos os anos. Ela mesmo constrói as casinhas e os gatis para abrigar os animais.

“Me cortou o coração um dia em que eu cheguei à noite e vi um cachorrinho, o Negão: ele estava dormindo em cima de um montinho de areia. Então eu decidi fazer as casinhas e foi por meio dessas casinhas que o ‘Pancinha Feliz’ ficou mais conhecido”, conta ao Canal do Pet .


Filha de serralheiro, Liliane trabalha com montagem de bijuterias e, quando sobra tempo, inventa algo para poder ajudar os animais. O relacionamento com os vizinhos, ela garante ser tranquilo e que todos respeitam o trabalho. Para manter a saúde dos bichinhos em dia, Lili recebe ajuda de uma clínica veterinária.

“A clínica me cobra metade dos procedimentos. Se uma consulta custaria R$ 90, eles me cobram R$ 37. Eles dão um bom desconto em cirurgias, em castrações e hemogramas. Eu sou muito grata porque eles me ajudam bastante”, conta.

Outras pessoas também ajudam doando ração e também fazem rifas para ajudar nos custos, que não são poucos. Infelizmente também há aqueles que aparecem apenas para abandonar mais animais, contando com os cuidados que Liliane dá a eles.

“As pessoas têm o costume de abandonar animais por aqui. Elas vêm e colocam caixinha de gato aqui. Eles colocam os animais perto porque acham que eu vou cuidar”, explica, mas também afirma que o abandono já não é mais um número tão assustador, talvez pelas câmeras que colocou no local. Por se tratar de um lugar de acolhimento, o número poderia ser bem maior, contudo o abandono acontece.

Dos cuidados à adoção

Mais de 200 animais já passaram pelos cuidados do Pancinha Feliz  e outros 50 já foram castrados. “Eu fiz os quartinhos aqui para poder abriga-los. Agora estou com 17. O quartinho foi feito com essa ideia, de tirar os animais da rua e poder castrar eles, recuperar e depois caminhar para adoção”, diz Liliane. “Desde 2020, foram doados mais de 30 animais, que foram resgatados, tratados, vacinados e encaminhados para uma nova família”.

No caso de filhotes, é feito um acompanhamento, após a adoção, até serem castrados. “Eu sempre doo o animal para famílias que vão ter condições de castrar o animal. Estou sempre acompanhando cada um deles, até serem castrados, eu acompanho muito de perto”, afirma.

A dona do hotel de animais também conta que nunca houve problemas com os novos tutores, nem teve casos de animais que foram devolvidos. “Sei que os bichos que são encaminhados são muito felizes e eu tenho essa recompensa, de saber que pude dar uma vida melhor pra eles”, completa.

Para ajudar

Para colaborar com o abrigo, basta entrar na página do Facebook , ou no perfil do Instagram e entrar em contato. Seja doando ração, medicamento ou mesmo uma quantia em dinheiro para que esses custos sejam supridos. “É tudo bem transparente, todo o valor arrecadado eu presto contas. Gosto de deixar tudo bem claro”, pontua.

Sonhos

A cuidadora comenta que sonha ter mais espaço para abrigar os animais no  “Pancinha Feliz” e ainda quer ter a chance de tirar mais pets das ruas de Mauá. Além disso, ela conscientiza sobre a importância de adotar cachorros e gatos vira-latas, sem preconceitos de ter em casa um animal sem raça definida.

"Gostaria que dessem uma oportunidade para todos eles. Como eu sempre falo, cada animal que é doado, é uma oportunidade de salvar outras vidas. Se eu peguei um animal da rua, cuidei, o tratei e doei para uma família, a minha parte eu fiz. Agora vou pegar outro animal que está na rua sofrendo e vou encaminhar para a adoção e, assim, a gente vai conseguindo", declara.

Para finalizar, Liliane pede mais atenção à adoção de animais abandonados porque não é fácil para ninguém abrigar esses bichinhos.

"Eu creio que se fosse um cachorro de raça, as pessoas diriam que tem um lugarzinho em casa, mas para o vira-lata de porte grande, as pessoas nunca têm. Então queria que as pessoas mudassem e tivessem consciência quanto a isso.”

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