Cachorros têm senso de proteção maior com relação aos bebês

Os bebês trazem aos cachorros estímulos que os leva a querer protegê-los naturalmente, mas os tutores que afastam os pets com a chegada do bebê podem fazer os pets se sentirem ameaçados

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Cães e bebês que convivem juntos fazem um ao outro mais felizes

Vídeos e histórias envolvendo crianças e cachorros são muito populares na internet, especialmente quando mostram a relação entre um bebê e um animal de estimação. É comum que os pets se tornem grandes aliados dos pais ao cuidar dos bebês, os protegendo e, principalmente, quando se trata de diversão.  Cães e crianças, geralmente, constroem uma grande relação de parceria e amizade.

Especialistas em comportamento animal destacam que os cães têm um forte instinto de acasalamento e toca, apesar de serem domesticados há milhares de anos, eles ainda têm o chamado impulso de matilha, que os torna fortemente ligados à família – que, no caso, são os tutores - e é natural que eles protejam aqueles que consideram mais vulneráveis, como os filhotes/bebês.

Os cães e os bebês podem formar essa forte conexão devido ao tempo que passam juntos. Os cachorros podem, inclusive, se identificar por verem alguém que, como eles, precisa de companhia e atenção. Essa relação pode trazer benefícios físicos e psicológicos para o desenvolvimento da criança (e do cachorro, se for um filhote). A interação entre ambos os deixará felizes e já é comprovado que a convivência com animais de estimação aumenta os níveis de serotonina e dopamina, que são os elementos químicos conhecidos por trazer a sensação de felicidade e prazer.

Por que os cachorros protegem os bebês

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A forma como os tutores tratam o cachorro após a chegada do bebê interferem na forma como o pet verá o novo humanos

Os cachorros têm sentimentos que os permite identificar que um bebê é vulnerável e inofensivo, eles vão querer cheirar ou lamber o rosto (ou até outras partes) da criança, o que é um comportamento comum, semelhante ao que uma cadela faria com os próprios filhotes. Essa é a forma que eles têm de verificar a saúde do bebê.

Os cães também têm sentidos poderosos e,  pelo olfato, conseguem sentir cheiros vindos dos bebês que passam totalmente despercebidos dos humanos – dizem que eles podem sentir até mesmo o odor das impressões digitais dos recém-nascidos. Os cães também podem perceber mudanças hormonais, como medo e ansiedade, assim notando quem são aqueles mais vulneráveis no grupo social ao qual estão inseridos.

Eles podem sentir que os bebês são os membros mais indefesos ​​desse grupo. Quando eles veem que os pequenos dependem dos pais para sobreviver, isso pode desencadear o instinto de também fornecer proteção. Os cães podem até mesmo desenvolver uma superproteção aos bebês, ficando alertas a tudo o que possam identificar como uma ameaça a ele, como pessoas desconhecidas ou outros animais.

  • Mentalidade de matilha: ainda hoje, os cães domésticos desejam se identificar com uma matilha, mas, em vez de outros cães, os humanos formam esse grupo. Quando um novo bebê chega, ele pode ser uma parte indefesa do grupo, então o instinto do cachorro será protegê-lo.
  • Instintos de pastoreio: raças de cães pastores podem ser muito protetoras de bebês humanos. É quase como se eles quisessem agrupá-los e protegê-los em um espaço seguro. É comum que alguns cães queiram proteger também filhotes de outras espécies.
  • Os cães imitam o comportamento humano: as pessoas ficam felizes quando novos bebês chegam, então pode ser que o cão veja o bebê como algo valioso que precisa de cuidados e proteção.

Os pais precisam ajudar

Os animais tendem a imitar ou se adaptar ao comportamento dos tutores, quando um novo membro da família chega em casa, o cão percebe a alegria dos humanos com aquele pequeno ser e, por isso, tendem a querer fazer parte, pois percebem nele algo que traz felicidade.

O pet responde à linguagem verbal e corporal dos humanos em relação à criança. Quando os tutores mostram uma atitude calma e protetora, o cão aprenderá a fazer o mesmo. A aproximação do animal ao novo humano deve ser feita com calma e cuidado, mesmo antes do bebê nascer, já habituando o pet as novas mudanças.

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É verdade, também, que os cães podem nutrir ciúme do pequeno humano, especialmente quando os pais passam a afastá-lo do convívio logo que a nova criaturinha chega e, naturalmente, desperta a curiosidade do animal que quer estar por perto. O cão que passa a ser tratado de forma negativa por causa do bebê poderá associar o pequeno a algo negativo, o ideal é que o cão possa fazer parte da nova rotina e isso pode torná-lo um grande aliado das mães na criação dos filhos - eles podem sentir que algo errado está acontecendo e avisar aos tutores, por exemplo.

Todo cão deve ser ensinado desde o início e socializado às mudanças que a chegada do bebê trará para a casa, serão novos cheiros e barulhos que, para a audição e olfato sensíveis dos animais, farão uma grande diferença. Felizmente eles tendem a se acostumar rapidamente.

Benefícios para a saúde

Quando a interação entre cachorro e bebê é incentivada pelos tutores/pais, a relação criada por eles tende a ser de cumplicidade. Além de muito positiva psicologicamente para ambas as partes, a convivência traz uma série de outros benefícios aos pequenos. Bebês que crescem com um cachorro têm menos probabilidade de desenvolver alergias e, geralmente, têm um sistema imunológico mais resistente.

Raças protetoras

Algumas raças são mais conhecidas por ter um instinto de proteção mais aguçados, como Pastor Alemão, Rottweiler, Doberman e Pitbull, isso acontece porque esses animais são essencialmente criados como cães de guarda e essa característica é encorajada neles. Isso faz com que essa proteção se estenda aos bebês, mas cada cachorro é um indivíduo único e, independente da raça, eles podem ser mais ou menos protetores.

Alguns animais chegaram até mesmo a ser conhecidos como “cães babás” (como os próprios pitbulls, que são vistos por muitas pessoas como animais essencialmente perigosos). Alguns cães são mais tolerantes com as brincadeiras das crianças, outros menos.

Essa afeição por humanos acontece quando o cão é socializado de maneira correta. Se eles não forem, podem fazer uma associação errada aos bebês, como despertar o impulso de caça. Como os bebês gostam de brincadeiras como puxar, podem acabar irritando o animal que pode considerar a ideia de morder. É importante que os pais supervisionem as brincadeiras e que, não apenas os cães, as crianças sejam educadas para brincarem com os pets de maneira mais adequada. 

Por mais protetor e bem treinado que um cachorro possa ser, e ele fará de tudo para ver o pequeno humano bem, os pais não devem encarar os animais como uma espécie de “babá substituta”, não é recomendado deixar uma criança pequena sozinha com um animal - tanto pela segurança da criança, como do próprio pet.