Delegado explica o que pode acontecer com segurança do Carrefour que agrediu cão

Após o final das investigações, o delegado Bruno Lima contou ao Canal do Pet que o autor do crime não será preso, apenas receberá uma detenção

Na última quarta-feira (28), uma cadelinha foi morta brutalmente por um segurança da rede de supermercados Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo. Segundo relatos, ela foi envenenada e espancada pelo homem. O pet foi socorrido em estado grave pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas não sobreviveu. 

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Na segunda-feira (3), foi feito um boletim de ocorrência do caso e logo abriu-se um inquérito policial. A partir desse momento, o setor de investigações da delegacia do Meio Ambiente de Osasco solicitou as imagens de segurança ao Carrefour e conversaram com algumas testemunhas. Todos esses documentos, incluindo o objeto que foi usado para agredir o animal, já está sob posse da polícia. 

Foto: Reprodução Twitter
Caso do cachorro morto no Carrefour está sendo investigado pela polícia

Assim que a análise do inquérito for finalizada, será enviado para o Ministério Público , oferecido como uma denúncia no procedimento do Juizado Especial Criminal, órgão responsável por crimes de menor potencial ofensivo. 

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Por mais terrível que tenha sido o caso, Bruno Lima, delegado que está auxiliando as investigações, garantiu que o autor do crime não será preso. "Nessa situação não cabe prisão do indivíduo, pois a pena é muito fraca. É apenas uma detenção de três meses a um ano, com chance de aumento da pena por ter resultado na morte do animal", contou ao Canal do Pet. 

Para Bruno, tornar as leis mais rigorosas e as penas aumentem em casos de crime contra os animais é uma luta diária. Segundo ele, a penalidade deveria ser de no máximo quatro anos para ser feita a prisão em flagrante. 

Foto: Reprodução Facebook
Morte cachorro Carrefour

Em relação ao Carrefour, existe a possibilidade de ser responsabilizado só na esfera civil, por danos morais, pois não existem provas de que houve envolvimento da empresa no crime. "O que chegou de concreto para nós é que a ordem superior era para retirar o animal. Não tem como afirmar que foi para agredir ou matar o animal. Juridicamente não se pode responsabilizar a gerência", explicou.

De qualquer forma, alguns promotores estão estudando o caso para ver se é possível entrar com uma ação contra a rede de supermercados. Porém, no momento, ainda é incerto seu futuro.

A triste história da cachorrinha assassinada ganhou proporções gigantescas ao ser compartilhada diversas vezes pelos internautas. A mobilização pública, tanto da imprensa e de famosos, quanto de anônimos, tem sido de grande ajuda para o caso, conta Bruno. 

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"Normalmente a gente enfrenta muitas situações parecidas, e quando não tem uma adesão da mídia o caso acaba passando despercebido e fica bem difícil", relatou o oficial. "Então está sendo primordial o envolvimento do público no caso do Carrefour ."