Melanismo em animais é uma condição mais comum do que parece; saiba mais

Essa mutação genética provoca a produção excessiva de melanina, deixando a pele ou a pelagem escuras

Você já ouviu falar sobre melanismo em animais? Provavelmente não conhece por nome, mas com certeza já encontrou bichos com esta condição. O melanismo é uma mutação genética que provoca a produção excessiva, concentrada e considerável do pigmento negro, chamado de melanina. A consequência são seres com pele ou pelagem escurecidas.

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Quando a condição atinge o ser vivo, cria áreas com excessiva pigmentação pelo corpo, fazendo com que a pele, penas ou pelos nasçam pretos ou com manchas escuras. No ser humano, esta mutação é uma doença chamada melanose. Contudo, o melanismo em animais não os afeta de modo negativo, eles podem até serem mais resistentes a patologia. 

Qualquer bichinho pode ser afetado pela condição, já que depende da combinação dos genes. Saiba um pouco mais sobre o melanismo e como ele afeta a pele. 

As causas do melanismo em animais

O melanismo é uma mutação genética que provoca a produção excessiva, concentrada e considerável do pigmento negro, chamado de melanina.
Foto: reprodução shutterstock
O melanismo é uma mutação genética que provoca a produção excessiva, concentrada e considerável do pigmento negro, chamado de melanina.

Para entender o que causa o melanismo, é importante conhecer o funcionamento da pigmentação na pele. Pigmentação significa cor e a responsável por colorir a epiderme é a melanina. Ela é produzida por células especiais da pele que, quando não trabalham corretamente, provocam alterações no pigmento de cor.

Além das causas genéticas, motivada pela existência de genes recessivos, a condição também pode derivar de fatores externos. Por exemplo, quando a fêmea vive num ambiente muito quente durante a gestação, o aumento de temperatura ativa os genes. O resultado são transtornos na coloração da epiderme, como acontece no albinismo e melanismo. 

Apesar dessas condições serem opostas, ambas afetam animais e humanos. No caso do albinismo, a mutação provoca a falta de pigmento na pele e, na maioria das ocasiões, nos olhos e cabelo também. Pessoas e bichos albinos têm mais problemas com a exposição ao sol e podem ter um sistema imunológico enfraquecido. 

O mesmo não ocorre com o melanismo. O excesso de pigmentação torna a epiderme mais resiste aos raios solares e, em certos casos, fortalece a parte imunológica. 

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Tipos de melanismo

Foto: Reprodução Pixabay
Um exemplo clássico de melanismo animal ocorre no gênero Panthera, especialmente nas espécies leopardo e onça-pintada

Existem três tipos de melanismo e cada um é motivado por questões diferentes. O melanismo adaptativo, por exemplo, pode ser provocado pela necessidade de adaptação ao meio, algo que será passado de geração em geração. Animais com esse tipo de condição conseguem se camuflar e passar despercebidos durante a caça. 

Já o melanismo industrial está ligado a interferências humanas na natureza. As atividades industriais afetam tanto o ambiente que alguns animais foram obrigados a se adaptarem ao novo espaço para sobreviverem. O fumo e a contaminação são os principais motivadores dessa seleção natural.

Um exemplo clássico de como isso funciona foi observado no Reino Unido, onde o número de mariposas com a coloração escura aumentou consideravelmente. Antes das indústrias, essa espécie era vista principalmente em tonalidades claras. 

Por último, o pseudo-melanismo, que afeta apenas parcialmente o ser. Geralmente é motivado por uma mutação genética. Em determinadas espécies, as manchas e listras caraterísticas aparecem maiores, mais largas e mais escuras. Está presente em alguns raros animais, como tigres, guepardos, leopardos, etc. 

Animais mais afetados pelo melanismo

Foto: Reprodução Pixabay
Apesar dos felinos serem mais afetados pelo melanismo em animais, outras espécies também podem desenvolvê-la.

Um exemplo clássico de melanismo animal é o que ocorre no gênero  Panthera , especialmente nas espécies do Leopardo e da onça-pintada, onde os exemplares melânicos são apelidados de "pantera negra". No Brasil, o fenômeno é visto no jaguar, em que a coloração amarela é substituída por pelos escuros. 

Já na Malásia e sudeste Asiático, metade dos indivíduos de leopardos possuem tal anomalia, o que pode ser explicado como maior resistência aos vírus. Como visto, os felinos são os mais afetados pelo melanismo, mas não os únicos. Outras espécies também são atingidas, como a Serpente Real Mexicana, Porquinho-da-índia negro, Lobo negro e Borboleta negra. 

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Se seu bichinho nascer com essa anomalia, não precisa ficar preocupado. O melanismo em animais não afeta em nada na saúde, permitindo que o peludo tenha uma vida normal.