Pet ficando escuro em volta dos olhos? Pode ser lágrima ácida

Apesar do nome, de ácidas elas não têm nada: o que causa a coloração escura é uma substância da mesma família do ferro

Certas raças de cães principalmente buldogues, pugs, poodles, shitzus e até os gatos persas podem desenvolver uma coloração escura em volta dos olhos, focinho e boca. Mas por que isso acontece? Essa condição, popularmente chamada de “ lágrima ácida ” – mas de nome científico cromodacriorreia - é um problema causado pela substância lactoferrina.

Leia também: Além de gato, cão e calopsita: 7 animais para ter em apartamento

Porém, segundo Jorge Morais veterinário fundador da rede Animal Place, o nome “lágrima ácida” é equivocado. “A cromodacriorreia não tem nenhuma relação com o pH da lágrima, que é neutro”, afirma. A substância que causa essa coloração escura é parente do ferro, por isso escurece os pelos dos lugares em que entra em contato. “A lactoferrina pode ser encontrada na lágrima e também na saliva dos animais”

A 'lágrima ácida' é mais comum em certas raças de cães
Foto: shutterstock
A 'lágrima ácida' é mais comum em certas raças de cães


O motivo para algumas raças de cães e gatos desenvolverem o problema é por sua anatomia. “Eles possuem olhos mais protuberantes e, algumas vezes, têm inversões nas pálpebras”, explica Jorge. Essas inversões produzem cílios ectópicos, ou seja, mal posicionados, aumentando a produção de lágrimas que contém essa secreção com bactérias, e consequentemente aumentando também a coloração escura em volta dos olhos.

A cromodacriorreia não tem cura, mas certos cuidados podem amenizar essa condição. “Fazer massagens bem suaves no canto dos olhos para desobstruir o canal lacrimal, aplicar uma compressa de gaze embebida em soro fisiológico no local e deixar a área livre de pelos são alguns dos cuidados que recomendo”, orienta o profissional.

Leia também: Dicas de objetos simples para tirar os pelos dos pets da roupa

Mesmo muitos donos acreditando que mudar a alimentação do animal ajude com a “ lágrima ácida ”, Jorge explica que, infelizmente, não existem estudos que comprovem a eficiência de alimentação diferente no combate ao problema. “Existem alguns suplementos e rações específicas que têm a proposta de dificultar a proliferação das bactérias da lactoferrina. Observamos que, quando aliada às questões de higiene, esse tipo de alimento atua como coadjuvante no processo de redução das manchas”, finaliza Jorge.