Nesta quinta-feira (24) acontecerá a tão aguardada estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo e, com isso, virão possíveis comemorações com fogos de artifício, o que traz muito sofrimento aos animais de estimação.
"No cão, o quadro fóbico equivale a uma crise de síndrome do pânico em humanos. Ou seja, ele se vê em uma situação de risco de morte eminente e sua segurança ameaçada. Com isso, ocorre um disparo muito intenso de adrenalina em seu corpo, pela sensação de estar em perigo", explica Camilli Chamone, consultora em bem-estar e comportamento canino.
Os fogos de artifício são assustadores para os animais de estimação, que podem tentar se esconder ou fugir devido ao barulho, e isso pode causar uma série de acidentes graves – em alguns casos, até mesmo fatais.
Se o pet não tem medo, é importante prepará-lo para lidar com os barulhos. Assim, a chance de ele se tornar fóbico diminui. Uma ideia é habituar o animal a estes sons com antecedência. É possível usar sons disponíveis na internet para acostumar o pet, aumentando ou diminuindo o volume de acordo com o comportamento.
Segundo o adestrador canino André Almeida, ao fazer o cão associar os sons de fogos a situações positivas, como carinho, brincadeiras ou petiscos, o animal irá associar o barulho a algo positivo, perdendo assim o medo. O ideal é que se faça isso com o pet ainda filhote.
Se o cão já tem fobia ao barulho, "os comportamentos inadequados, diante de um quadro de fobia, não acontecem porque ele é mau ou por birra; brigar, dar broncas ou deixá-lo sozinho só vai piorar o pânico, exacerbando ainda mais a crise. É sempre importante acolher, em vez de brigar", explica Chamone.
"Ter a companhia do dono reduz o sofrimento, pois estará com alguém de confiança por perto. Fique com ele até os fogos passarem e ele demonstrar estar mais tranquilo", afirma Chamone.
"Nos dias de jogo do Brasil, busque fazer um superpasseio com até ele cansar, preferencialmente em lugares mais vazios, com bastante natureza e que ele explore bastante o olfato; esse estímulo produz relaxamento do sistema nervoso central. Assim, diminui naturalmente a ansiedade, pois o cão drenou sua energia", orienta a especialista.
"Além disso, é essencial conhecer o seu cachorro. Alguns preferem ficar em ambientes mais fechados, dentro do quarto. Outros escolhem a liberdade para se movimentar e encontrar um cantinho seguro. Perceba o seu cão, como ele se sente melhor, e o respeite", enfatiza Chamone.
"Uma melodia mais calma é uma boa opção". Confira algumas músicas especialmente recomendadas para o seu animal de estimação clicando em 'saiba mais'.
O veterinário poderá prescrever um medicamento para ajudá-lo. Também é ideal ter acompanhamento de um comportamentalista, para amenizar o problema. Com o tratamento, é possível aumentar a tolerância do cão aos barulhos. 'A fobia não tem cura, mas é possível ensinar o cão a lidar com os fogos sem tanto sofrimento", finaliza a geneticista.