Como cuidar de um gato cego?

Alguns sinais deixam claro a dificuldade de enxergar do pet e a casa deve estar adaptada para essa mudança

Um dos maiores desafios para um tutor é ter tempo, dinheiro e disposição para cuidar dos animais. É necessário ainda mais paciência, carinho e dedicação para criar um animal com algum tipo de deficiência. No caso de um gato cego, alguns cuidados são fundamentais, principalmente com relação à adaptação do ambiente e às dificuldades que ele terá. 

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Gato cego precisa de tanto amor quanto qualquer outro

É ainda mais complicado quando o felino não tinha nenhum tipo de deficiência, mas passa s ter depois de um acidente ou doença, por exemplo. A atenção deve ser redobrada e muitos hábitos da casa e dos membros da família passam por uma transformação. Mas, afinal, como cuidar de um gato cego , sendo ele assim desde que nasceu ou há pouco tempo? Confira algumas dicas básicas e importantes para garantir uma melhor qualidade de vida ao seu pet.

Graus de cegueira

Algumas enfermidades, como a catarata e a  diabetes provocam sérias consequências dependendo da evolução no organismo do animal. Uma delas é a cegueira , que exige grandes mudanças. Quando o pet já nasce com a complicação é mais fácil de se adaptar, porque se desde sempre ele não enxergou, desenvolve melhor os outros sentidos - até por questão de sobrevivência.

Existem diferentes níveis de deficiência: às vezes o pet só não consegue diferenciar muito bem as cores ou distinguir a luminosidade. Em alguns casos mais amenos ele é só um "míope" que não consegue focar muito bem os objetos de longe e enxerga um pouco embaçado. Mas se chegar no nível de deficiência total, de fato a vida dele e da família irá mudar. Mesmo no caso de ser apenas em um olho, os movimentos dele já ficam mais comprometidos, assim como a noção de distância entre as coisas. 

Como identificar um gato cego

Nem sempre é fácil perceber a deficiência no bichinho, ainda mais se o problema evolui lentamente. Os olhos costumam apresentar vermelhidão, perdem o brilho (oacidade), ficam turvos e as pupilas dilatadas. Normalmente quando ocorre de forma repentina o tutor logo percebe. Para ficar mais fácil, alguns sinais deixam claro que o pet não está bem:

  • Anda de forma cautelosa, mais devagar e como se tateasse o chão
  • Esbarra na parede ou em móveis
  • Fica assustado, mais quieto e medroso
  • Tem dificuldade de saltar e passa a cair muito mais

Cuidados médicos

É importante sempre levar o animal ao médico e acompanhar seu comportamento e a adaptação. No caso de ele ter ficado cego de forma repentina e só depois de anos de nascido, procure um veterinário para investigar a causa e como ajudar o gatinho dali para frente. É ideal levá-lo duas vezes no ano no mínimo para fazer um check-up.

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Gato cego precisa de várias adaptações em casa e de cuidados específicos



Em casa

Móveis e cômodos

Essa dica pode parecer óbvia, mas não mude os móveis de lugar, no caso de o animal já conhecer o ambiente. Se ele já sabe onde fica o sofá, o pote de comida e sua cama, evite mexer na estrutura da casa porque só vai deixá-lo mais confuso; afinal ele decora os caminhos que faz pela casa.

Além do perigo de bater a cabeça em algum lugar ou cair e se machucar. E é sempre bom lembrar que mudanças são sempre estressantes para gatos. 

O ideal é proteger as quinas de móveis como mesas, cadeiras, sofás e até portas para evitar que o pet se machuque ao esbarrar. 

De preferência deixe o gato restrito a um espaço só, enquanto não se adapta completamente e permita o acesso ao resto dos cômodos aos poucos. Matenha-o longe de locais alto e com risco de cair. Preste atenção para não deixar objetos soltos pelo caminho, em especial os pontiagudos. 

Tapetes

Os tapetes devem ser antiderrapantes para o gato não escorregar e evitar acidentes bobos, mas que podem feri-lo. Além disso, ele ficará mais seguro ao andar pela casa e transitar de cômodo em cômodo, sem medo de cair.

Escadas

Se a casa tiver escadas, coloque um portãozinho ou alguma barreira no topo dela para o gato não cair sem querer. 

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Janelas e escadas devem estar protegidas com portões ou redes de proteção para evitar quedas

Janelas

Uma casa onde mora um gato já deve ter naturalmente  redes de proteção nas janelas e na piscina para evitar acidentes e fugas. Mas no caso do deficiente o cuidado deve ser redobrado. Nunca deixe o ambiente desprotegido, porque mesmo que sem querer ele pode escapar ou se machucar. 

Alimentação

É fundamental manter os potes de comida e água do gato próximos dele para não ter de se deslocar muito na hora da refeição. Se possível, deixe outros recipientes desse tipo espalhados pelos cômodos para facilitar. Também os mantenha sempre no mesmo lugar para não confundir o pet.

Identifique outros animais e pessoas

Se houver outros pets em casa o ideal é colocar um sininho no pescoço deles para o gato cego identificá-los pelo barulho. Isso evita trombadas e machucados. Inclusive, se possível faça o mesmo para avisar sua chegada: pendure algo barulhento no seu bolso, por exemplo, para não assustá-lo. 

Com as visitas pode ser que ele seja um tanto arisco no início, ainda mais se já era assim antes de ter a cegueira. Portanto, se possível deixe-o em um cômodo separado. 

Adoção de um gato cego

É importante enfatizar que ao adotar um animal o tutor deve estar ciente dos cuidados necessários e dos custos de mantê-lo saudável e feliz. Além disso, quando no caso do felino ele vai precisar do dobro de amor e atenção.

Se você é uma pessoa muito ocupada e que passa pouco tempo em casa, é melhor escolher outro companheiro. O animal já tem os próprios desafios para enfrentar e não precisa de alguém para mal tratá-lo ou que se arrependa depois de já ter adotado. Mesmo se a cegueira vier a acontecer depois de anos por conta de um acidente ou doença, nunca deixe de dar apoio e carinho ao seu pet. Um gato cego precisará da família mais do que nunca. 

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