O cachorro sofre com doenças renais? Alimentação adequada pode reduzir sintomas
Uma dieta bem formulada proporciona melhor qualidade de vida aos pets
Por Canal do Pet | , PetNut |
A vida em apartamentos ou espaços confinados, com breves passeios diários para aliviar bexiga e intestino, pode ser uma das causas do aumento do diagnóstico dos veterinários de doenças renais em cães. Entre elas as mais comuns são cálculos e insuficiência renal.
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Mesmo que a mudança desse estilo de vida seja difícil e que as doenças renais possam ter outras causas, os donos podem evitar que esses problemas apareçam com grande intensidade. A alimentação adequada é a grande aliada dos tutores, já que pode evitar danos maiores e aliviar sintomas.
O veterinário Felipe Rocha explica que “os fatores hereditários também podem ser responsáveis pelos problemas renais. Os sintomas são parecidos com muitas outras doenças e podem demorar a aparecer, mas quando surgem, o tutor não pode perder tempo. Ficar atento ao comportamento do pet é fundamental, oferecendo uma alimentação saudável e visitas regulares ao veterinário”.
A Doença Renal Crônica (DRC)
Também conhecida como Insuficiência Renal Crônica (IRC) , essa doença é mais comum em cães velhinhos. A DRC é classificada em 4 estágios, sendo que a evolução deles acontece dentro de meses ou anos, tendo como principais sinais clínicos o volume excessivo da urina (poliúria), o consumo exagerado de água por dia (polidipsia), perda de peso, mal hálito, diarreia e queda de pelo.
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Em casos de cachorros que sofrem com a Insuficiência Renal Crônica ou com cálculos renais, a alimentação natural pode melhorar o quadro clínico. Isso porque uma alimentação inadequada pode comprometer e deteriorar o rim do cachorro que já está sobrecarregado.
Qual a dieta ideal para cães com doenças renais?
Sempre que possível, a dieta dos pets diagnosticados com insuficiência renal deve ser individualizada, formulada com base nos resultados obtidos nos exames laboratoriais e clínicos realizados pelo veterinário. Geralmente, é necessário reduzir a quantidade de proteínas, acompanhar os níveis de fósforo e de sódio na corrente sanguínea, repor vitaminas não processadas e ficar atento ao cálcio.
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"Temos que salientar que o consumo de proteínas deve ser reduzido e nunca eliminado. E mais, quando o cão está com a saúde em dia, o rim dificilmente é afetado ou prejudicado pelo alto nível de proteínas oferecidos na alimentação", alerta Rocha.
Essenciais para boa parte dos mamíferos, as proteínas, depois de processadas produzem uréia e creatinina e, quando aparecem em níveis elevados (azotemia) causam vômito, anorexia, úlceras, entre outros sintomas. Por isso, cãezinhos nefropatas (com problemas nos rins) precisam controlar esses níveis no exame de sangue.
Por que vitaminas, cálcio, fósforo e gorduras devem ser controlados?
Além do ferro, vitaminas, cálcio e fósforo também são substâncias vitais para boa parte dos seres vivos. Nos cães com IRC , essas substâncias ficam bastante alteradas, o que leva o organismo a buscar equilíbrio, deixando os ossos frágeis e desmineralizados.
O problema é controlado com uma dieta alimentar bem direcionada e com o uso de quelantes, medicamentos redutores da absorção de fósforo dos alimentos pelo intestino.
Outro ponto de atenção é o controle do sódio, importante fator no controle da pressão sanguínea. Os cães com IRC acumulam sódio, elevam a pressão e correm riscos de doenças cardíacas. Assim como acontece com as proteínas, os níveis não devem ser eliminados, mas sim reduzidos.
Os teores de gordura também são fatores importantes, já que os cães com IRC acabam desenvolvendo altos níveis de gordura no sangue (hiperlipidemia) e alto colesterol. Este último agrava o problema, pois afeta ainda mais o rim.
No entanto, a gordura na dose correta é benéfica e necessária para atender as necessidades de calorias do pet, além de deixar a dieta (com baixos níveis de proteínas) mais saborosa para os peludos .
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é irreversível e pede um tratamento correto, em conjunto com uma prescrição nutricional adequada. Desta forma, pode-se retardar a progressão das doenças renais e oferecer ao cão melhor qualidade de vida, com menores sintomas e maior expectativa de vida.