
As capivaras que vivem na Raia Olímpica da Universidade de São Paulo, no campus do Butantã, têm chamado a atenção de estudantes, funcionários e visitantes. Elas se tornaram presença constante nas margens do espelho d’água e acabaram conquistando o coração da comunidade universitária.
O grupo de roedores, que costuma circular livremente pela área, é frequentemente flagrado em vídeos e fotos que fazem sucesso nas redes sociais. Um deles foi publicado pela própria instituição estudantil neste fim de semana.
A bióloga Daniella Vilela explicou como os mamíferos chegaram nas dependências do campus. Segundo ela, tudo ocorreu em meados de 2013, época em que a Universidade de São Paulo passava por um recesso e o fluxo de docentes, discentes e visitantes tinha diminuído.
"Elas entraram aqui na raia no final de 2013, a USP estava em recesso, por um buraco que faz divisa com o córrego Pirajussara. Elas passaram do Pirajusarra para dentro da raia. Eram uma família: pai, mãe e dois filhotes", recorda ela no vídeo publicado pela instituição.
Logo, mais roedores passaram a habitar a região, essencialmente pela procriação desta primeira família. Outro fator que contribuiu para a proliferação da espécie foi a ausência de predadores. No habit natural, onça-pintada e o jacaré são os principais.
"Quando a gente percebeu, já tínhamos outras [capivaras]. O ambiente é favorável. Aqui, elas têm água, comida, alimentos em abundância, não têm predador e se reproduzem muito rapidamente. Por isso se estabeleceram facilmente e, desde então, passaram a colonizar o espaço", completa Daniella.
Vigilância
Segundo a bióloga, a estadia dos roedores precisou ser monitorada por diferentes órgãos, desde os ambientais até os externos. Isso porque, por se tratar de um animal silvestre, é imprescindível ter uma autorização para o manejo destes mamíferos.
"Tivemos que acionar tanto órgãos ambientais, quanto externos, como a Secretaria do Meio Ambiente, por exemplo. É estritamente necessário ter uma autorização. Temos essa autorização", reafirma Vilela, que ainda destacou o carinho que a comunidade acadêmica possui pelas capivaras.
Por fim, ela também ressaltou que, embora as capivaras pareçam dóceis e acostumadas à presença humana, é essencial manter distância e evitar qualquer contato físico para evitar o risco de transmissão de doenças, que podem passar tanto dos humanos para as capivaras quanto no sentido contrário. A recomendação é admirá-las de longe, garantindo segurança e bem-estar para todos.