Em um exemplo comovente de cuidado com a vida selvagem, uma borboleta-monarca com a asa danificada recebeu uma nova chance de voar graças a um delicado procedimento de transplante realizado em Nova York,
nos Estados Unidos
.
A intervenção, considerada inovadora, foi realizada por especialistas do Sweetbriar Nature Center, localizado na cidade de Smithtown.
O paciente chegou ao centro de reabilitação após ser encontrado por uma moradora local, Dagmar Hoffdavis, que percebeu que o inseto não conseguia se mover adequadamente.
“Ele não conseguia bater as asas nem voar”, contou Janine Bendicksen, diretora de reabilitação da vida selvagem da instituição, em entrevista à CBS News.
Janine desenvolveu um plano para restaurar a asa danificada utilizando uma técnica artesanal e, ao mesmo tempo, minuciosa: um transplante com a asa de uma outra borboleta-monarca já morta.
“Vasculhei o chão em busca de uma borboleta morta e encontrei uma monarca”, relatou a especialista. “A asa estava em perfeitas condições.”
O procedimento, que durou cerca de cinco horas, exigiu precisão absoluta. Para fixar a nova asa, a equipe utilizou materiais simples, porém eficazes: c imento de contato, amido de milho e um pequeno pedaço de arame, que serviu como suporte durante a operação.
A borboleta foi cuidadosamente mantida em posição, sem anestesia e sem dor.
Segundo Janine, isso é possível porque as borboletas não possuem receptores nervosos nem fluxo sanguíneo até as pontas das asas. A estrutura é formada principalmente por quitina, uma proteína que também compõe o exoesqueleto de insetos e crustáceos, conferindo rigidez e leveza para o voo.
O desafio, porém, não estava apenas na técnica, mas na delicadeza do corpo do animal. “A borboleta poderia se desfazer se eu pressionasse com muita força”, explicou a especialista.
Após a recuperação, o resultado não poderia ser mais gratificante: em um vídeo compartilhado pelo centro de reabilitação, a borboleta é vista alçando voo quase sem esforço.