Dois alunos da USP (Universidade de São Paulo) levaram uma capivara morta em um ônibus circular do campus e realizaram a dissecação do animal próximo ao Centro Acadêmico de Biologia, no Instituto de Biociências . O caso ocorreu nesta quinta-feira (2) e está sendo investigado pela universidade.
O animal havia sido encontrado pelos estudantes no Centro de Práticas Esportivas da USP . A universidade afirmou que fará uma palestra para conscientizar os alunos sobre aspectos bioéticos e sanitários no manuseio de animais silvestres.
Em nota, a Superintendência de Saúde da USP disse que foi informada do episódio e acompanha a situação. Apesar do manejo inadequado, o risco de contaminação foi considerado baixo. Desde 2014, quando capivaras vindas do rio Pinheiros passaram a ocupar a Raia Olímpica, a prefeitura do campus realiza monitoramento constante.
As capivaras são hospedeiras do carrapato-estrela, vetor da febre maculosa brasileira . Para reduzir riscos, a USP mantém um termo de cooperação com a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) e com o Centro de Práticas Esportivas . As ações incluem diagnóstico populacional, aplicação de vacina imunocontraceptiva e cirurgias de esterilização.
O Centro Acadêmico de Biologia (CABIO) também se posicionou sobre o episódio. Em nota de repúdio, os representantes afirmaram que não tinham conhecimento da dissecação e repudiaram a conduta dos envolvidos.
“ Entendemos a gravidade da situação e suas implicações legais, sanitárias e bioéticas, e estamos tomando as devidas providências para lidar com elas, em conjunto com as autoridades responsáveis ”, diz o comunicado.
O CABIO explicou ainda que organizará rodas de conversa e debates nas Semanas de Recepção para reforçar a importância do cuidado e do respeito no tratamento de restos mortais de animais e outros seres vivos. A gestão também abriu convite à comunidade acadêmica para colaborar nas atividades de conscientização.