Cão fujão vira "freguês mais fiel" de bar em Itajaí

Pet escapa de casa todos os dias para visitar o mesmo estabelecimento

Cão fujão vira 'freguês mais fiel' de bar em Itajaí
Foto: Reprodução/Instagram
Cão fujão vira 'freguês mais fiel' de bar em Itajaí
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Um cachorro irreverente tem chamado atenção em Itajaí, Santa Catarina, por suas escapadas diárias até um bar local. Bastião, como é conhecido, já se tornou figura carimbada no estabelecimento, onde é recebido com festa pelos clientes e até ganha lugar cativo para descansar.


A rotina do pet virou piada entre os frequentadores e até mesmo para o tutor, Leandro Gallas, que já se acostumou a buscar o cão de carro quase todos os dias.

"Não tem fundamento um negócio desse" , brinca Leandro, que, apesar do bom humor, se preocupa com a segurança do animal.

"É engraçado, mas é perigoso", admite.


As aventuras de Bastião ganharam as redes sociais depois que um vídeo mostrando suas visitas ao bar viralizou.

Os internautas se divertiram com a situação, fazendo piadas como: "Bastião saindo do bar: fui, meu Uber chegou!".

Enquanto o cachorro aproveita a fama e os mimos dos frequentadores, o tutor planeja reforçar o portão de casa para evitar novas fugas. Mas, pelo visto, Bastião já conquistou seu público – e seu lugar no coração (e no bar) da vizinhança.

Por que cães fogem de casa mesmo com todo amor dos tutores?

Mesmo recebendo afeto, cuidados e alimentação adequada, muitos cães acabam tentando  escapar de casa – comportamento que preocupa tutores e pode colocar os pets em risco. De acordo com especialistas, essa atitude está longe de ser apenas uma travessura: há causas comportamentais, instintivas e até ambientais por trás das fugas.

Segundo o veterinário Mário Falcão, especialista em oftalmologia veterinária do Centro Veterinário da Visão, as escapadas estão ligadas, muitas vezes, a impulsos naturais dos cães.

“Mesmo bem cuidados, eles ainda mantêm comportamentos herdados de seus ancestrais” , explica.

Isso significa que, mesmo em lares seguros, os cães podem reagir a estímulos externos ou internos que os motivem a sair.

O problema é que a rua representa um ambiente cheio de perigos. Animais que fogem ficam mais expostos a acidentes de trânsito, intoxicações, brigas com outros cães e até ao contágio por doenças.

“O contato com ambientes desconhecidos ou com outros animais pode resultar em infecções, parasitas ou situações traumáticas”, alerta Falcão.

O que leva os cães a fugir?

Entre os fatores mais comuns que motivam a fuga de cães, os veterinários apontam os seguintes:

1. Reprodução
O estímulo reprodutivo é um dos principais gatilhos, especialmente para os machos não castrados. Cadelas no cio liberam feromônios capazes de atrair os machos a grandes distâncias. 

2. Medo e traumas
Cães que sofrem maus-tratos ou que vivem em ambientes conflituosos podem tentar escapar como forma de se proteger. Situações de medo intenso, como gritos ou violência, também reforçam esse impulso.

3. Estímulo do ambiente
Barulhos altos, como trovões, sirenes e fogos de artifício, são causas frequentes de fugas. Em momentos de estresse, o instinto de sobrevivência pode falar mais alto.

4. Comportamento e instinto
Algumas raças possuem maior tendência a explorar o território, sobretudo aquelas com histórico de pastoreio ou corrida. A falta de adestramento também contribui, tornando o animal mais propenso a sair sem obedecer comandos.

5. Ansiedade de separação
Ficar longe do tutor pode ser angustiante para alguns cães. Em busca da presença do dono, muitos acabam encontrando brechas para sair.

Como evitar que o cão fuja?

Garantir um ambiente seguro e confortável é o primeiro passo. Investir em cercas, portões bem fechados e espaços onde o pet possa se movimentar reduz o risco de fugas. O uso de coleiras com identificação e a microchipagem são medidas fundamentais para facilitar a localização do animal em caso de desaparecimento.

A castração também é uma das estratégias mais eficazes para prevenir fugas motivadas por reprodução.

“Ao castrar, você elimina grande parte do impulso sexual que leva à busca por fêmeas” , destaca Borba.

Por fim, proporcionar estímulos mentais e físicos ao animal, com brinquedos, passeios e atenção regular, pode reduzir a inquietação e diminuir o interesse em explorar o que está além do portão.