Nas últimas semanas, a internet se impressionou com um momento vivido por Katie Graham, uma mulher que possui a Síndrome da Taquicardia Postural Ortostática (POTS) - condição que provoca um aumento da frequência cardíaca. No registro, o animal se antecipa a circunstância, e realiza uma série de procedimentos de primeiros socorros ao perceber o mal-estar da dona.
O "herói", também conhecido como Bailey, percebe os batimentos do coração da mulher e a direciona para o chão da cozinha com o objetivo de prevenir um possível desmaio. Depois, ele vai até a geladeira para buscar água e, por fim, pega os remédios da cuidadora.
Em entrevista ao Canal do PET do iG, especialistas explicaram como funciona o processo de adestramento de cães como o do registro que viralizou.
De que maneira reconhecer possíveis síntomas iguais aos do vídeo?
Para Claudio Fudimoto, o aumento da frequência cardíaca. tontura, desmaios, fadiga extrema, dificuldade de concentração e dores de cabeça estão entre as principais formas de identificar quando um paciente portador da POTS estiver em um momento parecido com o de Katie Graham.
Em relação ao tempo necessiário para a especialização do cachorro na assistência, o zootécnico de Campinas explicou que os trabalhos podem durar até dois anos. "O tempo total de treinamento depende muito do grau de dificuldade e complexidade que o paciente exigirá, a capacidade individual do cão e o método de adestramento utilizado", iniciou ele.
"Vale ressaltar que esse tipo de formação canina se inicia na infância do cão e pode levar aproximadamente 2 anos, ou mais, de intenso e rigoroso adestramento/ treinamento", acrescentou.
Apenas cães dos locais de adestramento são ensinados ou contratar o trabalho para o cachorro também funciona?
De acordo com Paulo Serrati, que trabalha como adestrador, ambos os casos podem acontecer. Há, de fato, o treinamento com os animais, mas também existe a possibilidade de contratar particularmente o serviço para que o seu cão seja ensinado com o objetivo de ter ajudar em certas demandas.
"A gente vai selecionar o cão, vai formar uma equipe multidisciplinar, começar
com a equipe de saúde, conversar com o paciente, com a família do paciente, se for o caso, e aí a gente vai selecionar o melhor cão ali pra ela e iniciar começar a formação", contou. "Na prática, na maioria das vezes, a pessoa já tem o cão, já adotou o cão, né, e aí a gente faz a formação desse cão aqui também", esclareceu o especialista.
Instituições possuem um papel fundamental no ensinamento dos cães
Organizações como o Instituto Adimax e o Instituto Reddogs fazem parte da luta dos caninos de assistência, como o treinamento de animais para auxiliar pessoas com deficiência e que, de alguma maneira, necessitam de suporte. Para isso, as equipes de treinadores realizam táticas de adestramento voltadas para as particulares de cada caso.
Ronaldo Novoa, que trabalha no Reddogs, detalhou as atividades realizadas ao longo dos anos: "Treinamos os cães exatamente para isso e muito mais [...]
São cães que mudaram a vida social de crianças e adultos atípicos, dando-lhes mais conforto segurança bem estar", avaliou.
Além disso, o profissional também reconheceu o efeito que o trabalho da instituição proporcionou ao público: "Crianças que melhoram a sua fonética, melhoram condições motoras, mudaram o hiper foco de telas e objetos inanimados para uma vida com seu cão com tarefas importantes, jogos, brincadeiras e muito carinho", finalizou ele.