Um fato curioso surpreendeu os moradores de Itacajá, no Tocantins: um jabuti foi resgatado vivo depois de passar anos soterrado sob o piso de uma residência. O animal foi descoberto por um pedreiro que realizava um reparo na casa de Luiza Coelha da Cruz Aguiar, de 60 anos, no último dia 7 de fevereiro.
A moradora e o esposo dela solicitaram os serviços de um pedreiro para investigar um problema de infiltração na parte dos fundos da casa. Durante o trabalho, ele notou que um dos pisos estava oco e decidiu quebrá-lo. Para surpresa de todos, o problema não era causado por um vazamento de água, mas sim por um jabuti que estava soterrado há anos.
O jabuti encontrado pertence à espécie Chelonoidis denticulata, popularmente conhecida como jabuti-tinga ou jabuti-amarelo. Essa espécie é onívora, ou seja, sua alimentação varia entre vegetais e pequenos animais. Acredita-se que o metabolismo extremamente lento permitiu que ele sobrevivesse com recursos escassos.
Jabutis podem ficar de 15 a 20 dias sem se alimentar, pois possuem um sistema digestivo eficiente que maximiza a extração de nutrientes do alimento consumido. No caso do animal encontrado, é possível que tenha se alimentado apenas de insetos e outros pequenos organismos presentes no solo.
Outro fator que pode ter contribuído para sua sobrevivência é a estivação, um processo biológico em que alguns répteis entram em dormência durante períodos de calor e seca para economizar energia e evitar a desidratação.
Atualmente, o jabuti segue sob os cuidados de Luiza, mas apresenta sinais de sensibilidade à luz devido ao tempo prolongado em ambiente subterrâneo. Para protegê-lo, a moradora o manteve em um banheiro reservado e vem oferecendo frutas para alimentá-lo.
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) recomenda que o animal seja mantido em ambiente de temperatura controlada e com exposição indireta à luz solar até que possa receber tratamento adequado.