
Você olhou sua janela e percebeu que alguns animais são comumente vistos andando em pares? Um costume visto principalmente em aves, é comum ver sempre um parzinho voando juntos pela paisagem.
Segundo o biólogo Alexandre Godinho, algumas espécies de pássaros são frequentemente vistas em pares, como araras, siriemas, joão-de-barro e sabiá-laranjeira. Esse comportamento está ligado à formação de casais, geralmente monogâmicos, que se mantêm juntos por longos períodos. A escolha por viver em duplas, em vez de grandes bandos, pode trazer vantagens evolutivas.

"Há pássaros que formam casais duradouros, caracterizando a monogamia perene, como a arara, a siriema e o pato-mergulhão. Muitos outros são monogâmicos seriais, como o bem-te-vi e a garça-branca-grande", explica Alexandre.
A tendência de andar em pares não significa que essas aves evitem grupos. Algumas, como as maritacas, mantêm uma relação monogâmica, mas vivem em bandos. Essa dinâmica possibilita benefícios como proteção coletiva e maior eficiência na busca por alimentos.
A formação de casais traz vantagens evolutivas. "Um dos principais benefícios é gastar menos energia e ficar menos estressado com as interações sociais", explica o biólogo. Enquanto um pássaro cuida do ninho, o outro busca alimento, garantindo a sobrevivência da prole, mas isso não é a regra.

Para que esses laços sejam reforçados, a comunicação é essencial. Ela pode ocorre por vocalizações e gestos corporais. Esse comportamento, além de fortalecer os laços, ajuda na coordenação de tarefas essenciais para a reprodução e defesa do território.
Diferentes tipos de casais

O biólogo explica que quando um dos membros do casal morre, o outro geralmente encontra um novo parceiro. Esse comportamento garante que o ciclo reprodutivo continue, aumentando as chances de perpetuação da espécie.
Casais formados por aves do mesmo sexo também são registrados na natureza. Espécies como flamingos e pinguins já foram observadas adotando filhotes e criando-os juntos, demonstrando que a monogamia pode ir além da reprodução biológica.

As mudanças ambientais e desmatamento estão "certamente" afetando a sobrevivência desses pássaros, afirma o biólogo. A destruição de habitats pode comprometer a disponibilidade de locais adequados para a reprodução e a oferta de alimentos, impactando a sobrevivência de casais e filhotes. A preservação das áreas naturais é essencial para garantir que essas espécies continuem a se reproduzir e manter seus hábitos.