Diversos animais no Brasil estão sendo acompanhados de perto pelo Governo Federal para que não sejam extintos, com cartilhas próprias para a perservação dessas espécies. Uma delas são os muriquis.
Os muriquis são considerados os maiores primatas das Américas. Eles enfrentam sérias ameaças de extinção, principalmente pela destruição de florestas. Pertencentes ao gênero Brachyteles, essas espécies vivem nas regiões de Mata Atlântica do Brasil e são reconhecidas pela pelagem lanosa e comportamento pacífico. Restam menos de mil indivíduos do muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) e cerca de dois mil do muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides).
As informações sobre o risco enfrentado pelas espécies estão detalhadas no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Muriquis (PAN Muriquis), aprovado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio). O plano tem como objetivo reduzir o risco de extinção por meio de ações, como monitoramento populacional, educação ambiental e fiscalização contra desmatamento.
Os muriquis possuem características únicas. Os machos podem chegar a 150 cm e pesar até 15 kg, enquanto as fêmeas alcançam 120 cm e 12 kg. A cauda longa e preênsil auxilia na locomoção entre árvores, enquanto a dieta inclui folhas, frutos, flores e sementes. Essas características tornam os muriquis peças fundamentais no equilíbrio dos ecossistemas da Mata Atlântica.
Entre as principais ameaças às espécies estão o desmatamento para agricultura, pecuária e urbanização, além da caça e fragmentação de habitat. O isolamento populacional contribui para problemas genéticos, como endocruzamento, e a baixa taxa de reprodução dificulta a recuperação das populações.
O contato com humanos e animais domésticos também representa um perigo, expondo os muriquis a doenças. “A destruição do habitat e a fragmentação aumentam os riscos para a sobrevivência das espécies”, apontam especialistas do ICMBio.
O PAN Muriquis, aprovado em 2010, incluiu metas como a ampliação de Unidades de Conservação, conectividade entre populações e criação de programas de monitoramento. Outra medida foi a previsão de um fundo financeiro para atividades de pesquisa e conservação.
Até 2020, o objetivo era reclassificar o muriqui-do-norte de “Criticamente em Perigo” para “Em Perigo” e o muriqui-do-sul de “Em Perigo” para “Vulnerável”. Apesar do avanço em algumas áreas, especialistas alertam que os desafios para preservar essas espécies continuam, exigindo ações constantes.
O desmatamento da Mata Atlântica é uma das maiores barreiras à sobrevivência dos muriquis, tornando essencial o fortalecimento de políticas públicas e o engajamento da sociedade. “Proteger essas espécies é também preservar o bioma que abriga uma biodiversidade única”, reforça o PAN.