Como agir em caso de ataque de cães: especialista alerta para os riscos e cuidados
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Como agir em caso de ataque de cães: especialista alerta para os riscos e cuidados

Os ataques de cães, especialmente os de raças como pitbull, continuam a ser uma preocupação crescente no Brasil. No final do ano passado, em São Paulo, ocorreram ataques graves envolvendo cães dessa raça: duas crianças foram atacadas enquanto brincavam em um parquinho em novembro de 2024 e um pedreiro foi morto após ser atacado em Ribeirão Pires no mesmo mês.

O Ministério da Saúde registra cerca de 30 mil atendimentos anuais devido a mordidas de cães, com lacerações, cortes profundos e até amputações entre as lesões mais graves. De acordo com dados do DATASUS, em 2022, foram mais de 35 mil atendimentos ambulatoriais relacionados a acidentes com cães, número que subiu para cerca de 49 mil em 2023. As internações também apresentaram um aumento significativo, refletindo a gravidade desses incidentes.

Casos como o de Roseana Murray, escritora de 73 anos, que foi atacada por três cães pitbull enquanto caminhava na praia de Saquarema, no Rio de Janeiro, mostram a gravidade das consequências dessas mordidas. Roseana teve o braço direito dilacerado, passou por amputação e perdeu uma orelha, além de precisar de reconstrução no braço esquerdo e no lábio. Esses ataques podem causar danos irreparáveis, como amputações, especialmente quando os cães mantêm a mordida por tempo prolongado.


Antonio Carlos da Costa, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), explica que, embora qualquer cão possa causar lesões graves, raças como o pitbull, com uma mordida de até 200 kgf (quilogramas-força), são particularmente perigosas. As vítimas mais comuns são homens jovens e crianças, especialmente nas regiões das mãos, braços e antebraços, sendo o rosto também uma área frequentemente afetada em crianças, por estarem em uma altura mais acessível aos cães.

“As mordidas de cachorro, seja de um animal de estimação ou um animal estranho, muitas vezes pode ter consequências terríveis para o indivíduo. Todo cachorro pode provocar lesões, mas, obviamente, quanto mais forte a mordida e quanto mais tempo o cachorro mantém a parte do corpo entre os dentes, os danos serão maiores”, disse ele.

A mão, por ser uma estrutura complexa e essencial para tarefas cotidianas, é frequentemente afetada em casos de ataques. As lesões podem envolver lacerações, fraturas, danos nos tendões e nervos, o que pode resultar em déficits funcionais permanentes. O risco de infecção também é elevado devido à presença de bactérias na boca do animal, que podem se espalhar rapidamente para os tecidos mais profundos.

O que fazer?

Em caso de ataques, especialistas orientam a busca imediata por atendimento médico especializado. "Nos casos envolvendo mãos, é fundamental procurar um cirurgião da mão. No local do acidente, lave a área com água corrente e cubra com um tecido limpo. Evite usar pomadas ou medicamentos caseiros. Caso haja amputação, lave a parte afetada com água corrente, envolva-a em tecido limpo e conserve-a em um recipiente com gelo, sem contato direto com o gelo", recomenda o cirurgião.

** Formei em jornalismo pela UNIMEPem 2019 e atuo na imprensa desde 2021, com pautas principalmente voltadas ao universo feminino. Tenho experiência em jornais diários e revistas, nos formatos impresso, digital e em redes sociais e no IG, escrevo para gente, delas, queer, turismo e pet.

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