O Fila Brasileiro foi o primeiro a ser reconhecido internacionalmente
Andrés Carlo/Pixabay
O Fila Brasileiro foi o primeiro a ser reconhecido internacionalmente

O Fila Brasileiro tem a importante marca de ter sido a primeira raça tipicamente brasileira reconhecida internacionalmente, sendo até hoje uma das poucas. Apesar de ter o local de origem certo, como o próprio nome ressalta, quais raças foram usadas para formar este grandalhão são desconhecidas.

Entre as raças que supostamente teriam formado o DNA da raça nacional, segundo alguns historiadores acreditam, estão os Mastim Inglês, Cães de Santo Humberto, BloodHound, Buldogues e o já extinto Cão de Fila da Terceira - raça portuguesa original da Ilha Terceira do arquipélago dos Açores.

O que se sabe com mais certeza é que esses animais datam da época de colonização do Brasil, e foram muito utilizados para a caça no século 19, usados na captura de bois, ovelhas, grandes felinos (como onças). Também eram usados na captura de pessoas escravizadas que fugiam de grandes fazendas e na proteção de comitivas de bandeirante.

Com o passar dos anos, foram usados também como cães de guarda e companhia, tendo como grande característica a lealdade com os tutores. Os primeiros padrões da raça datam de 1946, mas o reconhecimento final pela FCI (Federação Cinologica Internacional) veio apenas em 1983, já no terceiro padrão estabelecido para a raça, o qual está em vigor até hoje.  

O auge da popularidade do Fila Brasileiro nos lares brasileiros foi durante as décadas de 1980 e 1990. Com o passar do tempo, eles se tornaram um pouco mais raros.

Mesmo sendo reconhecida como uma raça leal e dócil por aqui, o Fila Brasileiro chegou a ser proibido em alguns países do mundo, como na Europa, por ser considerada uma raça perigosa. Dinamarca, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Noruega estão entre os países nos quais o Fila Brasileiro é proibido ou tem restrições para ser criado.

A personalidade do grandalhão brasileiro

O Fila Brasileiro é um cachorro de grande porte e de aparência imponente, o que pode assustar algumas pessoas. A verdade é que se trata de um cão bastante calmo, gentil e protetor. Esse instinto protetor, porém, é o que pode fazê-lo parecer um cão agressivo, já que pode não lidar tão bem com a aproximação de estranhos, pessoas ou animais, caso acredite que possam representar alguma ameaça para si e para a família. Para solucionar isso, é importante socializar o pet, se possível desde filhote.

O Fila se dá muito bem com crianças de todas as idades, mas é importante que a interação com os menores seja supervisionada. Por ser um pet grande, que pode chegar aos 75 cm e pesar mais de 50 kg, algumas brincadeiras podem acabar machucando alguém – a criança ou o próprio cachorro.

Por ser um cão bastante inteligente, o Fila aprende truques com certa facilidade, mas também pode ser um pouco teimoso algumas vezes, mostrando ser um cão de personalidade forte. Este também não é um cachorro para viver em ambientes com pouco espaço e precisa de um tutor com experiência e disposição; já que, além de grande, ele é cheio de energia e precisa de exercícios regulares, como caminhadas e brincadeiras que ajudam a desestressar o pet e a diminuir eventuais problemas de sobrepeso.

Curiosidades sobre o Fila

O primeiro Fila Brasileiro a ser levado para a Europa em 1954 se chamava Dunga. Ele foi levado por Alberto, duque da Baviera, que importou alguns cães do Canil Parnapuan, que pertencia ao criador Dr. Paulo Santa Cruz.

Leia Também

Como a raça já era bem popular no Brasil durante os anos 1980 e 90, o Fila Brasileiro era representado pela figura do “Txutxucão”, mascote que acompanhava a apresentadora Xuxa nos programas infantis da época, tendo até mesmo uma música com a “Dança do Txutxucão”, fato que popularizou ainda mais a raça pelo país na época.

O perfil caçador do Fila Brasileiro costumava ser representado em pinturas do século 19.

O nome Fila vem de do verbo “filar”, que significa agarrar, segurar, prender. A raça também já foi conhecida como “Cão Fila” ou “Mastim Brasileiro”.

Saúde e higiene

Alguns Filas podem ter mais ou menos dobrinhas, pontos que sempre precisam de maior atenção para que estejam sempre bem secos, evitando proliferação de fungos e bactérias que causam problemas de pele no animal. Banhos para esse pet precisam ser dados apenas uma vez a cada mês, ou apenas um a cada dois meses em épocas de frio.

Os pelos precisam ser escovados semanalmente para que se mantenham saudáveis e com menos pelos mortos. As orelhas também precisam ser verificadas e limpas semanalmente para evitar problemas como a otite canina. Caso haja qualquer sinal de alteração, o cão deve ser levado ao veterinário o quanto antes.

O Fila Brasileiro é, geralmente, um cachorro muito saudável e sem maiores problemas relacionados a genética. Isso pode acabar acometendo problemas ao cão é em relação a obesidade. Por isso, é importante realizar exercícios físicos diariamente e ter uma alimentação balanceada.

O exercício também deve ser feito sem exageros, pois, por ser um cachorro de porte grande, ele já é propenso a sofrer de problemas como displasia coxofemoral. O Fila Brasileiro está propenso à torção gástrica (que exige cuidados com a alimentação e que se evite atividades físicas após a refeição) e cardiomiopatia dilatada (caracterizada por alterações no músculo cardíaco que causam insuficiência no bombeamento do sangue), problemas comuns em cães “gigantes”.

Como se trata de um cão dócil e de tamanho grande, algo que era bastante comum nos anos 1980 e 1990 eram que os pais colocassem crianças montadas nas costas desses cães, para brincar de “cavalinho”. Essa é uma prática extremamente equivocada e pode prejudicar seriamente a coluna do animal.

Tendo os devidos cuidados e realizando visitas regulares ao veterinário, um cachorro dessa raça tende a ter uma vida bem tranquila e saudável.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!