Praticamente todos os centros urbanos sofrem com o problema de superpopulação de animais de rua. A irresponsabilidade de alguns donos, que abandonam os pets nas ruas e a falta de castração fazem com que centenas de gatos formem grandes comunidades nas cidades. Esse problema afeta diversos setores da sociedade como a saúde publica. Mas, um dos mais importantes é que nenhum animal merece não ter um lar, comida necessária e falta de cuidados básicos. Foi pensando em diminuir o problema que o CED foi criado.

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A técnica, idealizada em 1950 pela ativista Ruth Plant, é uma alternativa efetiva para controlar o número de gatos de rua sem precisar recorrer a métodos cruéis - como a eutanásia. Ela consiste em capturar os animais, castrá-los e devolvê-los imediatamente a sua colônia de origem. No Brasil o CED é aplicado por ONGs como o Projeto Felinos e Bicho Brother, comandadas por ativistas e profissionais do meio.


Como o CED funciona?

O procedimento pode ser dividido em 3 etapas:

  1. Estudo da área:  A ONG estuda a área, identificando as colônias de gatos que lá residem, o número de animais e seus hábitos alimentares;
  2. Captura de animais:  Com todas informações coletadas, a organização captura os gatos usando técnicas de manuseio totalmente seguras (geralmente atraindo os animais com comidinhas e petiscos), evitando assim que os pets se machuquem;
  3. Castração e vacinação:  Os animais são levados para clínicas especializadas. Lá, a castração nas fêmeas é feita por meio de uma "cirurgia minimamente invasiva", que consiste em pequenas incisões (geralmente de 1 centímetro cada) na região do tórax do animal; permitindo que o cirurgião cauterize e corte o ligamento do ovário com o mínimo de sangramento. Com esse processo o animal sente menos dor, tem menor risco de infecção, suas cicatrizes são menores e o tempo de recuperação é mais rápido. Os veterinários também fazem um corte na ponta da orelha do pet, sinalizando assim que ele já foi submetido ao procedimento, e o vacinam contra raiva. 
  4. Devolução:  Por fim, em um período de 12 a 24 horas após a captura, o gato é devolvido completamente desperto para o seu ambiente de origem. A devolução rápida é necessária para que ele se readapte completamente a sua colônia e evita a contaminação de outras doenças no ambiente clínico.

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Por que o CED é tão efetivo?

Para entender a eficácia da técnica, primeiramente é preciso saber diferenciar os gatos de rua comuns e os gatos ferais.

Os gatos de rua comuns são minoria no ambiente urbano. Eles são animais já acostumados com os seres humanos e que, por se perderem ou serem abandonados, acabam em uma situação de rua.

Conforme os gatos de rua vão acasalando, novas gerações nascem sem contato algum com as pessoas. Esses pets são ariscos e podem morder ou arranhar caso sejam incomodados. Chamados de "gatos ferais", eles também não podem ser adotados pois o contato contínuo com seres humanos pode fazer com que eles morram por consequências de stress.

O CCD tem como alvo os gatos ferais, que não podem ser adotados por não terem tido convívio com os seres humanos.
Reprodução/ Shutterstock
O CCD tem como alvo os gatos ferais, que não podem ser adotados por não terem tido convívio com os seres humanos.


Os seus hábitos também são diferentes dos animais domésticos. Quando eles se juntam formam grupos sociais chamados de "colônias". Uma cidade tem milhares de colônias, cada uma com o seu território demarcado onde os gatos ferais inibem a chegada de outros bichos.

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Capturar esses bichos não soluciona o problema pois, deixando o território livre, outros animais vão tomar o lugar em um processo conhecido como "efeito vácuo". É por isso que o CED é tão efetivo; a castração inibe que os animais se reproduzam, esses que por sua vez mantém o seu território e evitam que novos gatos ferais tomem conta da região. A técnica consegue reduzir o número de bichos em situação de rua, entretanto ainda é preciso de uma conscientização da sociedade para que novos pets não sejam abandonados. 

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